Para levar o país a sério, temos forçosamente de debater sobre um tema crucial que está no centro da nossa luta pela igualdade e justiça social: o Serviço Nacional de Saúde em Portugal. O SNS é uma conquista de Abril que representa a materialização do direito de todos ao acesso a uma saúde pública de qualidade.
Perante os problemas que assolam o SNS, respondemos que o acesso à saúde não pode ser um privilégio exclusivo daqueles que podem pagar por serviços privados. A Constituição da República Portuguesa afirma que a saúde é um direito humano fundamental e que o Estado é responsável pela garantia de cuidados de saúde gratuitos e universais.
No entanto, reconhecemos os desafios que o SNS enfrenta. Ao longo dos últimos anos, vimos alguns dos recursos públicos desviados para o setor privado. Modificando a capacidade do sistema público de atender plenamente as necessidades de saúde da população. Sabemos que a privatização e a mercantilização da saúde têm levado à desigualdade no acesso e à degradação dos serviços públicos. Levar o país a sério é pensar a saúde hoje, numa abordagem que coloque as pessoas e os objetivos de desenvolvimento sustentável de uma população acima dos lucros.
Levamos o país a sério porque nunca desistimos do debate sobre a importância do SNS, estivemos lá na construção de políticas de saúde que defendem o SNS e não desistimos de investir em medidas que permitem fortalecer o SNS.
Levar a saúde a sério é investir nos recursos adequados para fortalecer o SNS: na construção de infraestruturas, na compra de equipamentos modernos e na formação de profissionais de saúde. Levar o país a sério é garantir que todos os portugueses tenham acesso igualitário a serviços de saúde de qualidade, independentemente de sua situação económica.
Face aos alertas dos profissionais de saúde para as dificuldades que sentem no dia a dia, urge avaliar caso a caso, a realidade de cada unidade de saúde, colocando os profissionais no centro da decisão. De que servem as políticas de saúde se não se ajustarem ao contexto e à realidade de cada unidade, dos profissionais de saúde e às necessidades da população?
Levar o país a sério é valorizar e apoiar os profissionais de saúde, que desempenham um papel fundamental na prestação de cuidados de qualidade.
Os profissionais de saúde têm sido sobrecarregados com condições precárias de trabalho e salários inadequados. Levar o país a sério é garantir melhores condições de trabalho, salários justos, oportunidades de progressão na carreira e refletir sobre a sobrecarga fiscal sobre o rendimento, que absorve por completo as progressões dos escalões remuneratórios. É necessário levar a saúde a sério para que possamos atrair e reter os melhores profissionais no SNS.
Levar o país a sério é reconhecer que a saúde não se limita apenas aos hospitais. Acreditamos na importância da prevenção e na promoção de estilos de vida saudáveis. Acreditamos no investimento em políticas de saúde pública que incentivem a prática de atividade física, alimentação saudável e educação em saúde, para prevenir doenças e promover o bem-estar de toda a população.
O SNS é um símbolo de solidariedade e justiça social. Urge mobilizar a sociedade civil e exigir do Governo um compromisso firme para com a valorização do SNS.
Porque juntos levamos o país a sério, vamos defender o SNS, universal, seguro e de qualidade, que seja verdadeiramente acessível a todos os cidadãos. Queremos o SNS como modelo de excelência de cuidados centrados na pessoa.
Vamos lutar pela saúde como um direito de todos, e não como privilégio de alguns. Nunca deixaremos de levar o país a sério porque trabalhamos em prol da defesa do SNS e defenderemos sempre as pessoas, as pessoas primeiro!
Vamos continuar a defender o direito à saúde como um direito universal, construindo um SNS cada vez mais justo, inclusivo e solidário.
A Saúde que nós queremos só será possível num país a sério!